terça-feira, 24 de junho de 2008

Sobre retratos antigos

“Até a próxima vida, amigo”, foi o que ele disse. E fez todo sentido, sabe? Daqui a um, dois anos não seremos mais os mesmos. Ora, daqui a meros meses não seremos mais. Novos gostos, novos amigos, novas músicas, novos caminhos. Tudo novo, tudo de forma gradual e involuntária. E nem percebemos. Quando nos vermos de novo seremos outras pessoas.

Isso me fez pensar muito. Pensar que a cada ano que passa os relacionamentos mantidos ganham mais peso. No sentido de terem mais força e nos fazerem melhor, mas também no sentido de necessitarem de mais atenção para serem levados adiante (caso contrário eles definham...).

Horas, dias, meses, anos... existem experiências inesquecíveis. Não adianta nos prendermos ao que foi um dia. Tudo foi um momento na história. Um retrato, em colorido ou preto e branco, de algo poderoso e genuíno. E se pararmos para pensar, nós seguimos pela vida fazendo outros retratos. Precisamos fazer. E sempre haverá aquelas fotografias que estarão em sua memória, contendo a força de um momento único, para você e as pessoas que te acompanhavam.

Aconteceu já faz um tempo e, segundo Einstein, continua a acontecer agora mesmo. Por que são os homens que não conseguem entender, mas tudo acontece ao mesmo tempo. Nós que organizamos o tempo em uma seqüência linear, para compreendê-lo melhor.



Já aconteceu, mas ainda está acontecendo. E isso me deixa muito feliz. E você, já parou para ver aqueles velhos retratos hoje?

Livro: coisas da faculdade (fim de período)

Música: Gotan Project/ Juno Soundtrack

By Doutor Estranho

segunda-feira, 9 de junho de 2008

RESSACA

Foi muito para repensar. E rever e reaproximar. Sorrir com quem já não se via faz tempo. E desencanar desse momento. Tentar dançar e falar todo dia meio louco. E beber, sorrir e gritar sem decoro. Bom aprender algo novo, depois de muito. E, depois de uma decepção, repensar o futuro. E gargalhar e enxergar o mundo como o mais novo. Ter saudades, mesmo daquele senão. Demonstrar para outrem essa louca dança de ciranda em que estou. E acreditar que uma hora, se é trova ou trovador. Repaginar todos esses lugares. E decidir o que continua e o que não presta. Conhecer algo novo e reconhecer tudo de novo. Sem dúvida nenhuma repetir. Porque por mais que se repita, a essência mudou e a visão também. Como se cada canto do quarto azul sempre fosse novo. Dançar e beijar de novo. E purificar, se comprometer. Foi bom, mas acabou. E agora, ficam só saudades. E, claro, a ressaca...

Alguém aí tem chá de habu?

Ouvindo: Mezzo/Monalisa Plug

Lendo: Pé na Estrada

By Doutor Estranho