domingo, 28 de setembro de 2008

De Profundis - Oscar Wilde

Obras com nuances bibliográficas ou relatos de experiências próprias não são incomuns na literatura, mas é provável que em poucas delas um autor tenha exposto tanto sua intimidade e fraquezas quanto em De Profundis, escrito por Oscar Wilde.

O livro é na verdade uma grande carta escrita pelo autor durante os dois anos que passou na prisão de Reading, Inglaterra. Como era proibido de enviar cartas, Wilde escreveu o manuscrito que só pôde sair da prisão junto com o autor. O destinatário era o jovem Lord Alfred Douglas, seu amante e protagonista do processo que levou o escritor para prisão (homossexualidade era considerada crime na Inglaterra naquela época). O texto trata exatamente sobre a tempestuosa relação dos dois e sobre as transformações passadas por Wilde na cadeia.



Autor de livros e premiadas peças de teatro, foi um dos fundadores do “movimento dandista”, que defendia que o belo da arte era o antídoto para os horrores da sociedade industrial. Premiado, rico, bem casado e respeitado intelectual, Wilde era bem quisto pela tradicional sociedade londrina.

Mas quando seu caso com Alfred Douglas vem à público sua vida muda completamente. Após três julgamentos é preso e perde sua fortuna. Sua mulher e filhos fogem para Irlanda e ele amarga dois anos em Reading.

E o que um intelectual falido, magoado e abandonado faria para passar o tempo na cadeia? Escreveria. E muito bem! A primeira parte de De Produndis é a narrativa da relação de Wilde com Douglas, escrita com ódio e muita qualidade. Wilde usou todo seu talento para descrever o desgaste causado em sua vida pelo seu amante, sua falta de escrúpulos, a relação com os pais do jovem e seus hábitos extravagantes que eram financiados pelo escritor.



Na segunda metade, a narrativa toma contornos mais calmos, o autor descreve a mudança de seus sentimentos em relação ao antigo amante e chega mesmo a assumir que viveu uma vida superficial. Oscar fala sobre sua nova compreensão da vida de Jesus Cristo, mesmo sem ter se convertido, e de como a beleza e o amor que cultivou no cárcere o auxiliaram mais que o ódio e o rancor que poderia nutrir por seus inimigos. No fim da carta, um aceno de que Douglas fora totalmente perdoado.

Nunca saberemos se a versão de Wilde é completamente verdadeira. Mas isso não tira o brilho do texto, que talvez seja a maior vingança que poderia recair sobre seu ex: fez o tal Douglas entrar para história como um homem fútil, leviano e imaturo. Impossível não odiá-lo completamente após o final da leitura.

Como algumas pessoas já me avisaram antes, a moral da história é: se você namorar escritores, lembre-se de terminar o relacionamento da forma mais tranqüila possível. Um escritor rancoroso é um inimigo que ninguém gostaria de ter!


E você, já leu alguma obra do Wilde?


Música: Mallu Magalhães


Livro: O Retrato de Doryan Gray


By Doutor Estranho

terça-feira, 16 de setembro de 2008

Drops


- “Os homens são seres condicionados: tudo aquilo com o qual eles entram em contato torna-se imediatamente uma condição de sua existência.” Concordo plenamente com a Hannah Arendt.

Tudo que nos provoca reações boas ou más torna-se parte de nossas vidas. Nos acostumamos a tudo, incluindo a companhia de pessoas queridas. E mesmo sabendo que elas vão embora por bons motivos, a saudade sempre cria questionamentos. Para os amigos que já foram ou estão de mudança para longe: desejo sinceros votos de sucesso e tudo de bom! (E espero que não esqueçam de mim, ta? :P)

- Está começando hoje e segue até sexta-feira (19/09) a I Reunião Regional da Sociedade Brasileira de Sociologia, evento realizado no Instituto de Ciências Humanas e Letras da Universidade Federal do Amazonas.

A reunião da SBS conta com conferências, mesas-redondas, grupos de trabalho, exposições, apresentação de painéis e apresentações culturais. Mais informações, no site do encontro.

- Dia 26 desse mês será realizado o About Us - Entretenimento a Favor da Sustentabilidade, festival de música que contará com Dave Matthews Band, Ben Harper, O Rappa, Vanessa da Mata e NX Zero.


O festival acontecerá no Hotel Tropical e os ingressos já podem ser adquiridos na loja da Fábrica de Eventos do Amazonas Shopping, por singelos 70,00 reais a pista, valor para estudantes!!! Anteriormente, li em matérias sobre o festival que a inteira seria esse valor, o que colocaria o ingresso estudantil em 35,00, um valor realmente camarada.

Para um festival que pretende conscientizar um amplo público sobre questões ambientais, os ingressos bem que poderiam ser mais acessíveis, não? Quanto ao valor do ingresso VIP, prefiro nem falar do absurdo ¬¬.

Bom, mas as atrações são muito boas. Para quem ainda não conhece:
Dave Matthews
Bem Harper
Vanessa da Mata

E você, o que te faz sentir mais saudades?

Livro – Maus
Música – Natiruts

By Doutor Estranho

sexta-feira, 5 de setembro de 2008

O Sou do Camelo


Fã e órfão confesso dos Los Hermanos, eu não poderia deixar de postar apor aqui algo sobre o trabalho autoral do Marcelo Camelo.


O primeiro disco solo do compositor e vocalista dos Hermanos chama-se “Sou”. O lançamento acontece dia 8 de setembro e tem 14 faixas, das quais 10 já estão disponíveis gratuitamente no portal Sonora, do Terra.


Logo de cara destaca-se a faixa gravada junto com Mallu Magalhães, intitulada “Janta”. A faixa é lírica, como as composições do Camelo, e delicada, como a voz da Malu. Também gostei muito das faixas “Copacabana” e “Liberdade”, ainda na primeira vez que ouvi o álbum.



O primeiro show da turnê irá acontecer durante o festival Coquetel Molotov, em Recife. As outras apresentações previstas acontecerão em Salvador, Juiz de Fora, Porto Alegre, Curitiba, no Tim Festival 2008, depois São Paulo, Rio de Janeiro e...Manaus? Não, ninguém citou Manaus até o momento... ¬¬


Gostei bastante do álbum, mas como já disse: eu sou fã confesso do cara. Posto isso, fica a sugestão para todos.


E você, quais as novidades em sua lista musical?


Livro – Coisas da faculdade.

Música – Marcelo Camelo, oras. :P


By Doutor Estranho