Contextualizando para quem não sabe ou não vive em Manaus: está sendo realizada a 61ª Reunião da SBPC, dentro do campus da Universidade Federal do Amazonas (Ufam). Duas coisas perigam tornar a estadia dos visitantes inesquecível: obras na Bola do Coroado, um dos acessos para o Campus, e um calor que te faz pensar em jogar milho pro alto e esperar chuva de pipoca.
Na área da exposição ventiladores imensos e tubos de refrigeração funcionam à toda para garantir o bem estar geral. Stands de todos os tamanhos, formas (tem até um barco!) e atrativos. Bem no meio da exposição, estrategicamente posicionadas, barraquinhas vendem açaí e guaraná. Delícia! Alguém falou de um lugar onde astrônomos possibilitam que se passe horas e horas vendo o céu. Ainda não achei, mas vou procurar mais.
Palestras, conferências e mesas redondas de todas as áreas. O evento é tão grande que é impossível o congressista não ter que escolher com dificuldade entre as oportunidades. As bolsas que os participantes ganham no credenciamento fizeram sucesso. E elas, com seus respectivos donos, podem ser vistas passeando aos montes pelo centro da cidade.
Pelos corredores do ICHL estão afixados banners de todas áreas de pesquisa. O horário obrigatório para presença dos autores, entre 13:30 e 15:30, é ingrato para quem não gosta de calor. Mas não falta animação: fotos em grupos, fotos com as àrvores e, claro, foto junto ao banner: “minha mãe é muito coruja”, justificou um rapaz com sotaque mineiro.
O calor aumentava ao longo da tarde e várias pessoas, com sotaques vindos de todo país, comentavam. Água, muita água. E uma fila enorme para adquiri-la. Os curitibanos falavam sobre o frio que está fazendo lá na terra deles. Os paraenses perguntavam indicações de como chegar ao Largo São Sebastião e demais prédios históricos da cidade. E os paulistas falavam admirados sobre o campus que está “no meio da floresta”.
A tarde acabou e o calor com ela. O movimento para sair do campus aumentou. Mas ainda foi possível encontrar um grupo de pernambucanos provarem e elogiarem o pão com tucumã, em meio a risadas. “E essa tapioca daqui, é que nem de Olinda?”.
No corredor, um aluno da Unicamp responde: “Ih, não é só aqui não. Lá na universidade também reclamamos um monte disso...”. Talvez Manaus nem esteja tão longe assim... e seria tão bom se ela estivesse sempre tão perto, como nessa semana...
Música: Joni Mitchell
Livro: Acadêmicos
By Doutor Estranho