"Lentamente, muito lentamente, como duas agulhas de bússula sem pressa, os pés voltaram-se para a direita: norte, nordeste, leste, sudeste, sul, sul-sudoeste; depois se detiveram e, passados alguns segundos, recomeçaram a girar..."
Quando eu ouvi No Doubt pela primeira vez a Gwen Stefani era assim:
Quando minha irmã começou a ouvir as músicas da Gwen ela já estava assim:
Quando eu ouvi as músicas da shakira pela primeira vez ela era assim:
Meu primo de 15 anos começou a ouvir as músicas da Shakira com ela assim:
Quando tinha 10 anos e meu pai me falava de mutantes eu pensava em pessoas assim: Quando falo de mutantes para meu primo de 10 anos ele pensa em pessoas assim:
Talvez darwin explica essas... E você, já entendeu a lógica da evolução das espécies?
Livro: Memorial de Maria Moura Música: Mutantes - Mutantes
Me pergunto hoje, ao olhar para o quarto, o quanto é triste constatar que tenho muitos livros que ainda não li. É uma sensação incômoda, de desperdício. Não li. Vergonha, vergonha. Estão escondidos no guarda-roupa, na escrivaninha e, ás vezes, em mochilas improvisadas. É uma sensação de perda estranha, amarga. Não sei dizer se seria como um bilhete de viagem que você nunca usou ou é mais como um presente que nunca abriu.
Já parei de comprá-los, para evitar o acúmulo, mas eles continuam a chegar. Empréstimos e presentes de pessoas especiais. Já neguei os empréstimos, mas os livros presenteados continuam sendo oferecidos(Anda bem!). Confesso que não li todos. Me nego a dizer quais. Sempre estou lendo um, mas os anos passaram e o tempo diminuiu.
Ler um livro exige de minha parte uma pequena preparação. Um ritual. Não consigo adentrar no processo se antes não me concentrar. Ou respirar. Ou simplesmente olhar para o azul. Ou beber um café. Tenho amigos que conseguem ler no ônibus! Inveja deles.
Os acadêmicos não entram na conta. Esses fazem parte do ofício, da pesquisa, do ensino. Falo daqueles que você se interessa ao ler o título. Daqueles que ao olhar para a capa você reconhece o autor como um grato narrador de um livro passado.Delícia. Ainda tenho tanto a ler! Porque meu interesse não acaba no meu quarto. Aqui tem só o começo. A cada visita aos amigos, a cada conversa, a cada passada naquela livraria a lista aumenta. E o tempo só diminui...
Não sei ao certo qual foi o primeiro que ganhei. Ok, acabei de descobrir. Busquei aqueles de infância e, para minha sorte, meus pais assinaram as dedicatórias. Contos de Perrault e Lendas e Fábulas do Brasil. Presentes do meu Pai e minha Mãe, respectivamente em outubro de 89. (Ano passado eu reli os dois, que tesouros!) Alguns meses depois, janeiro de 1990, fui presenteado pelas mesmas pessoas com O Pequeno Príncipe, do Antoine de Saint-Exupéri. Quem nunca leu esse?
Gosto de cinema, de barzinho e de música. E acabo me dedicando mais a isso, pois é possível estar junto de outros. Aí fico devendo aos meus livros. Peço perdão a eles e aos amigos que me presentearam recentemente. Irei ler todos, prometo. E quem quiser me presentear com mais um, não se preocupe, são todos bem vindos!
Para todos nós que seguimos sob o ritmo dos ponteiros...
Quanto tempo faz? Será se faz o mesmo para mim e para você Afinal, todos nós pensamos o tempo de um jeito diferente...
AH! OS RELÓGIOS
"Amigos, não consultem os relógios quando um dia eu me for de vossas vidas em seus fúteis problemas tão perdidas que até parecem mais uns necrológios... Porque o tempo é uma invenção da morte: não o conhece a vida - a verdadeira - em que basta um momento de poesia para nos dar a eternidade inteira. Inteira, sim, porque essa vida eterna somente por si mesma é dividida: não cabe, a cada qual, uma porção. E os Anjos entreolham-se espantados quando alguém - ao voltar a si da vida - acaso lhes indaga que horas são..."
Mario Quintana - A Cor do Invisível
E para você, O que é o tempo?
Livro: Sentimento do Mundo - Carlos Drummond Música: Feeling Good - Nina Simone