quinta-feira, 31 de julho de 2008

Uma boa safra?

Esse ano alguns filmes me fizeram sair do cinema felizão.

O primeiro deles fala sobre estar sozinho.


O segundo sobre a busca e o desencontro de quem amamos.

O terceiro falou sobre conviver com a ausência de quem perdemos.

O seguinte sobre deixar de estar sozinho e o amor pelas coisas que temos.

E o último sobre o herói (ou seria o vilão?) que muitos gostariam de ser.


Na minha opinião, 2008 foi até agora um bom ano para quem gosta de cinema.

E promete só melhorar...


E você, tem saído feliz do cinema também?

Música: Elis Regina
Livro: Ensaio sobre a Cegueira

By Doutor Estranho

terça-feira, 15 de julho de 2008

Turismo em Manaus

Já completei seis anos de moradia em Manaus. Com exceção do trânsito enlouquecido e do calor absurdo, gosto muito da cidade. Faz um tempo que pretendo fazer uma espécie de guia turístico da cidade. Mas falta-me tempo e dedicação para tanto. Como não quero abandonar de todo esse projeto irei ao menos listar 10 locais em Manaus e nas proximidades que os visitantes, e moradores, da cidade precisam conhecer!

1 – Largo São Sebastião. Ok, vamos começar pelos clichês. Bonito, cheio de atrações culturais, com direito a tacacá, teatrão, igrejona e turistas do mundo todo tirando fotos freneticamente. Mesmo que não queira você acaba vindo parar aqui!

2 – Bosque da Ciência. Nem todo mundo conhece. Um passeio altamente recomendável por se tratar de um local amplo, com temperatura agradável e direito a bichinhos amazônicos fofos (ou não) transitando pelas árvores. Dica: Cuidado com as tartarugas.

3 – Ufam. Um campus universitário no meio do mato? Bicho-preguiça, macaco de cheiro, tucanos, cobras e insetos enormes compõem a parte mais tranqüila da fauna local. Isso porque ainda existem os alunos da universidade, alguns bem mais exóticos...

4 – Ponta Negra. A orla de Manaus é cheia daquelas coisas clichês de orla, mas conta também com uma vista bem legal do Rio Negro, uma feirinha baré e possibilita um passeio dentro da praia do Tropical, sabe-se lá porque aberta aos visitantes...

5 – Feira da Eduardo Ribeiro. Aos domingos de manhã é possível ir passear na feira mais legal daqui. Você encontra de tudo um pouco: comida regional, cosméticos naturebas, discos e livros velhos, além do artesanato made in Manaus.


6 – Centro da Cidade. Manaus é uma cidade beeem antiga. O centro dela foi praticamente trazido de barco e montado aqui. É o que pode se chamar de uma cidade-lego. Tire uma manhã (nunca à tarde, por conta do calor) para passear pela Sete de Setembro curtindo a arquitetura antiga e os hippies latinos.

7 – Praias do Rio Negro. Na época certa do ano aparecem muitas “praias de rio” por aqui. Ideal fretar uma embarcação com uma turma e ir acampar em uma delas. Com um pouco de afinco ainda se encontram praias lindas e vazias. Para quem já viu o mar, acordar pela manhã com barulho de banzeiro até que mata um pouco a saudade!

8 – Presidente Figueiredo. Bem pertinho de Manaus, PF tem cachoeiras lindas e até mesmo uma discreta comunidade alternativa. Porteira, Santuário, sítios isolados, banhos na beira da estrada...recomendo tudo, com exceção da cachoeira que fica no centro da cidade.

9 – Novo Airão. Todo mundo vai no caminho falando que nadar com os botos é brega e blá, blá, blá. Mas assim que o primeiro tucuxi pular da água e lançar um olhar maroto, você cai num torpor descontrolado. Quando perceber, já vai estar na água, cercado de botos felizões, numa ilusão baseada em filmes “sessão da tarde” que você assistiu quando criança. Após todo seu dinheiro ser torrado em peixe, você volta a si. De qualquer forma, a vista da balsa de São Raimundo voltando à noite para Manaus é linda. As luzes do centro da cidade, ao som da água batendo na balsa, me lembram de um filme que ainda não foi feito.

10 – Bares da Estrada do Turismo. A diversão aqui é para todos os gostos e a distância da cidade mantém a temperatura agradável. Rock, MPB, Axé, Sertanejo, Reggae e até mesmo bailes de formatura. Para os mais afoitos, ali do lado alguns sítios sempre sediam raves. Para agradar gregos e troianos.



E você, conhece algum lugar legal de Manaus que eu me esqueci de citar?

Música: Legião Urbana
Livros: Palestina – Uma Nação Ocupada

By Doutor Estranho

domingo, 6 de julho de 2008

Ensino Técnico-Superior


Já faz um tempo que venho me queixando para os colegas de sala a respeito das matérias que ando pagando esse período. Toda “tecnicice” e pobreza de idéias que permeiam grande parte do jornalismo atual. Texto simples, enxuto, de fácil assimilação e poucas, pouquíssimas idéias.

Em uma das disciplinas, uma colega dia desses expressou que “Estou cansada de ouvir sobre a consciência do jornalista, quero saber é como escrever matérias”, exigindo o direito de aprender apenas técnica. E entre essas e outras, vemos pessoas totalmente despreparadas ingressando no mercado de trabalho prematuramente e sem a mínima compreensão do papel que vão desempenhar socialmente.

Algum tempo atrás o Clayton já escreveu sobre isso em seu blog. Na última sexta-feira, a Rachel enviou um e-mail para os colegas de sala falando sobre o tema de forma ainda mais explícita. Após dois primeiros anos estudando teórica e academicamente comunicação social (ainda que de forma, por vezes, precária) os últimos dois anos do curso são marcados por matérias de produção e técnica isolada.

E isso não se restringe apenas ao jornalismo. Em administração eu também vi pessoas sem o mínimo discernimento sobre o papel de um gestor público se formando. Estudei matérias meramente técnicas, mesmo no que diz respeito ao relacionamento entre pessoas numa organização.

Estamos falando de estudantes universitários, pessoas que compõem a reduzida nata dos ingressos no ensino superior em nosso país. Podemos ser artistas plásticos, publicitários, agrônomos, advogados, jornalistas e professores com compreensão do mundo que nos cerca ou simples reprodutores dos sensos comuns que nos cercam.

As idéias superficiais (preconceitos) atingem todas as áreas, não são segmentadas. A problemática ambiental não diz respeito apenas aos ecologistas. A mídia especulativa não afeta apenas os jornalistas. Podemos ter um campo de atuação restrito ou específico, mas ainda somos indivíduos vivendo num contexto social.

Não se trata de uma conspiração de alguma classe social, nem de um holding capitalista interessado em controlar o mundo. Simplesmente são idéias existentes dentro de nós mesmos. Carregamos isso. Veio junto com outros “genes culturais”, herdados no processo educacional, endossados e fortificados no ensino superior.

E você, como lida com isso? Procura entender a reforma agrária ou apenas acredita nas manchetes dos jornais?

Livro: Pé na Estrada

Música: Cartola

By Doutor Estranho