domingo, 2 de janeiro de 2011

Censura sem fronteiras





O jornalismo é uma profissão que envolve muitos riscos. A produção da notícia, especificamente das matérias exclusivas, por vezes é perigosa para os repórteres. Apesar do bom senso de cada profissional, realizar coberturas sobre guerras civis, atividades criminosas ou desastres naturais sempre representam algum perigo, especialmente em regiões que estejam sob censura.

Entre os casos famosos de jornalistas que morreram enquanto trabalhavam estão o jornalista da TV Globo Tim Lopes (http://www.timlopes.com.br/), assassinado por traficantes em junho de 2002 no Rio de Janeiro, e do repórter do The Wall Street Journal Daniel Pearl, seqüestrado e executado por extremistas religiosos meses antes em Karachi, Paquistão.

O caso brasileiro ganhou notoriedade na época graças aos esforços da emissora de televisão e resultou numa série de ações policiais na região do Complexo do Alemão. O caso de Pearl também foi amplamente discutido na mídia internacional por conta de seus contornos políticos e da crueldade que envolveu sua execução, filmada e depois entregue aos seus amigos jornalistas.

A família do norte-americano criou a Daniel Pearl Foundation (http://www.danielpearl.org/index.html) que promove cursos e eventos de jornalismo e música em vários países, buscando evitar que outras tragédias como essa ocorram.

A viúva de Daniel escreveu o livro A Might Heart, adaptado para o cinema em uma produção de Brad Pitt com o mesmo nome, narrando as cinco semanas nas quais ela, seus amigos e a polícia buscaram desesperadamente por pistas sobre o paradeiro do marido. O filme de 2007 foi dirigido por Michael Winterbottom e protagonizado por Angelina Jolie.

Ambos os casos constam nos arquivos do Comitê de Proteção aos Jornalistas (http://www.cpj.org/pt/), organização internacional que divulga crimes cometidos contra atuação de jornalistas em todo mundo. Segundo o site do comitê, no ano de 2010 foram assassinados 44 jornalistas com motivo confirmado, contra 21 em 2002. Um importante voto para o ano que se inicia é que esse número diminua, ao passo que os próprios profissionais se conscientizem de como o jornalismo é importante para a sociedade.

By Doutor Estranho

3 comentários:

Susy Freitas disse...

como pode morrer tanto jornalista e ao mesmo tempo termos um jornalismo tão sem criatividade? eu li algo sobre o alto índice de morte entre jornalistas no site do observatório da imprensa algum tempo atrás e me surpreendi pois me toquei de que quase tudo que leio nos jornais soa como um release atrás do outro!

sinceramente, não apoio atitudes como a do tim lopes, que se arriscava além da conta pelo trabalho , e acho tosco o status de "santo do jornalismo" que ele ganhou porque isso tira a parcela de culpa de seus empregadores pelo modo como ele morreu (embora, claro, concorde que se deva abordar os temas espinhosos com que o tim lopes trabalhou). é preciso garantir uma condição decente de trabalho mesmo em situações extremas, senão a coisa vira um oba-oba macabro, um passe livre para jornalistas abusarem não apenas de si mesmos, mas dos outros também.

Doutor Estranho disse...

Pode porque os próprios jornalistas não entendem a importância da atividade que executam. E também porque a forma como as empresas de comunicação são gerenciadas não prezam pela qualidade dos produtos finais ou pelas condições de trabalho.

Entendo suas críticas e concordo com elas, mas enquanto não houver muita gente pensando sobre essas situações elas continuarão a ocorrer...

Anônimo disse...

#MedoTerrorEPânico

Infelizmente esses casos vão se repetir sempre e com essa tendência ditatorial do Brasil não vejo mundanças....