Quem acompanha a blogosfera já deve estar bem informado sobre o caso de agressão contra o professor Gilson Monteiro na última segunda-feira. O Café de Onça já está acompanhando bem os desdobramentos do caso, o Bufão já escreveu sobre o papel dos blogs no caso e o Leseira Baré já escalou as melhores piadas sobre o fato. E muito mais (ainda bem!) foi publicado, como compilou o Baricéia Desvairada.
Diante disso, gostaria de apenas comentar alguns pontos que me foram esclarecidos por alunos que assistiam à aula do professor Gilson Monteiro sobre censura na imprensa local, no momento do fato. Segundo eles:
- O professor citou vários casos que envolveram políticos de Manaus e não foram investigados pela mídia manauense. Não houve um longo discurso dirigido contra o titio da aluna-princesinha.
- A referida aluna, pivô de toda confusão, não fez uma argumentação contra a fala do professor, ela apenas reclamou da citação do caso e depois saiu indignada da sala.
- Entre o momento que os agressores entraram na sala, sem a aluna-princesinha, e saíram pela porta do Auditório, não se passou muito mais que um minuto. Mas foi o bastante para agredir o professor e ameaçar os alunos em nome da família Aziz.
- Os alunos não conseguiram reagir à agressão pela rapidez do acontecimento e pelo fato da maioria estar sentada ao fundo do auditório. Os poucos que estavam nas primeiras fileiras foram interceptados e ameaçados pelo acompanhante do agressor.
Bom, isso me esclareceu algumas coisas. Primeiro, se o professor falou apenas sobre a atuação da imprensa como os alunos afirmaram, eu não vejo fundamento para um processo de calúnia ou difamação contra o Gilson, como tem sido veiculado na mídia tradicional. Segundo, se tudo foi tão rápido e violento como relataram, faz sentido os alunos não terem conseguido ajudar o professor. Por fim, quando a mídia impressa vai resolver ouvir os alunos que estavam presentes em vez de ir atrás de opinião de políticos aliados ao titito da aluna-princesinha?
A universidade está reagindo ao caso, até ontem não se falava em mais nada nos corredores. Os professores também têm dado seu apoio ao colega agredido e o Blog do Departamento de Comunicação está publicando textos de vários autores.
Um protesto será realizado na Ufam amanhã em repúdio ao ato. Dentro da universidade será aberta uma sindicância que pode vir a jubilar a aluna-princesinha, afinal ela foi cúmplice (para não dizer causadora) da violência.
No mais, fica a tirada de um dos alunos que presenciaram a situação: “A aula do professor Gilson é demais: ele dá aula sobre censura e demonstra na hora como ela é feita!”.
Livro: Tocaia Grande
Música: Os Mutantes
By Doutor Estranho
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